Cantiga de Amigo - ou AO LADO DO BAR GARAGEM TINHA UMA PONTE DE VAN GOGH
CANTIGA DE AMIGO I
LUCILA NOGUEIRA
(ou Ao lado do bar Garagem havia uma ponte de Van Gogh)
ontem quis me entregar à alegria e quase ao acaso
saí com o meu leque imenso vermelho de Madame Butterfly
e depois de cantar ao microfone o princípio de Summertime
eu me deixei levar a um lugar onde há muito queria estar
e na hora que entrei ali mesmo no escuro do som
um fauno de quase dois metros gritou meu nome
e ficamos dançando twist descendo até o chão
nesse bar sem luxo como os que conheci na Colômbia
depois chegou um outro sátiro que ainda não me conhecia
e talvez por isso mesmo me chamou logo ao andar de cima
eu confidenciei ao meu amigo essa proposta com ironia
mas o amigo não entendeu e quis subir na frente e quis ir olhar
e voltou falando que era apenas um acampamento de sofás
foi quando na calçada não sei porque me vieram apresentar
uma versão do Tadzio de Visconti em plena Veneza tropical
eu era apenas uma ex-colecionadora diante de uma tela presa no museu do Louvre
quando alguém jogou sua bebida em cima daquela pele que exaltava a vida
desde uns cinco metros de distância em fatal pontaria de Robin Hood
acontece que o Tadzio era tipo o ídolo daquele súbito Eden subterrâneo
e logo vieram guardiães para agredir o agressor insensato que vestia camisa azul
eu me coloquei Joana D 'Arc no centro do remoinho e do túnel de Ernesto Sábato
e tudo se acalmou na esquina de um bar de fim de noite em dia de sábado
o céu amparava uma lua bêbada sobre as manchas da pantera
no colar e no voile transparente que fazia a valquíria voar
eu lembrei da Sala de Reboco quando o aventureiro de Estocolmo
repentinamente pareceu querer descer em direção ao rio silencioso
pelas suas margens teciam alamedas muitas plantas e jardins
que olhávamos todos de pé com saudade da taça do Graal
cheguei em casa com a manhã nos olhos e na barra da túnica
e um amuleto feito dos sonhos de sete druidas para recordar
que ao lado do bar Garagem havia uma ponte de Van Gogh
CANTIGA DE AMIGO I
LUCILA NOGUEIRA
(versão reduzida)
(Ao lado do bar Garagem havia uma ponte de Van Gogh)
saí com o meu leque vermelho de Madame Butterfly
cantei ao microfone o princípio de Summertime
e me deixei levar a um bar garagem como na Colômbia
faunos e sátiros eu vou agora ao andar de cima
eis a nova versão do Tadzio de Visconti
joga o teu vinho essa pele que exalta a vida
batiza Tadzio meu súbito Eden subterrâneo
agressor insensato canta tua cantiga de amigo e desafio
eu fui tua Joana D 'Arc no centro do moinho
e a rua serenou no bar de fim de noite em resto de sábado
longe a Sala de Reboco e beijo do carteiro de Estocolmo
que não conseguiu descer de repente em direção ao rio silencioso
nós todos de pé abraçados com saudade da taça do Graal
a casa veio com a manhã e um amuleto feito dos sonhos de sete druidas
só para lembrar que ao lado do bar Garagem havia uma ponte de Van Gogh
LUCILA NOGUEIRA
(ou Ao lado do bar Garagem havia uma ponte de Van Gogh)
ontem quis me entregar à alegria e quase ao acaso
saí com o meu leque imenso vermelho de Madame Butterfly
e depois de cantar ao microfone o princípio de Summertime
eu me deixei levar a um lugar onde há muito queria estar
e na hora que entrei ali mesmo no escuro do som
um fauno de quase dois metros gritou meu nome
e ficamos dançando twist descendo até o chão
nesse bar sem luxo como os que conheci na Colômbia
depois chegou um outro sátiro que ainda não me conhecia
e talvez por isso mesmo me chamou logo ao andar de cima
eu confidenciei ao meu amigo essa proposta com ironia
mas o amigo não entendeu e quis subir na frente e quis ir olhar
e voltou falando que era apenas um acampamento de sofás
foi quando na calçada não sei porque me vieram apresentar
uma versão do Tadzio de Visconti em plena Veneza tropical
eu era apenas uma ex-colecionadora diante de uma tela presa no museu do Louvre
quando alguém jogou sua bebida em cima daquela pele que exaltava a vida
desde uns cinco metros de distância em fatal pontaria de Robin Hood
acontece que o Tadzio era tipo o ídolo daquele súbito Eden subterrâneo
e logo vieram guardiães para agredir o agressor insensato que vestia camisa azul
eu me coloquei Joana D 'Arc no centro do remoinho e do túnel de Ernesto Sábato
e tudo se acalmou na esquina de um bar de fim de noite em dia de sábado
o céu amparava uma lua bêbada sobre as manchas da pantera
no colar e no voile transparente que fazia a valquíria voar
eu lembrei da Sala de Reboco quando o aventureiro de Estocolmo
repentinamente pareceu querer descer em direção ao rio silencioso
pelas suas margens teciam alamedas muitas plantas e jardins
que olhávamos todos de pé com saudade da taça do Graal
cheguei em casa com a manhã nos olhos e na barra da túnica
e um amuleto feito dos sonhos de sete druidas para recordar
que ao lado do bar Garagem havia uma ponte de Van Gogh
CANTIGA DE AMIGO I
LUCILA NOGUEIRA
(versão reduzida)
(Ao lado do bar Garagem havia uma ponte de Van Gogh)
saí com o meu leque vermelho de Madame Butterfly
cantei ao microfone o princípio de Summertime
e me deixei levar a um bar garagem como na Colômbia
faunos e sátiros eu vou agora ao andar de cima
eis a nova versão do Tadzio de Visconti
joga o teu vinho essa pele que exalta a vida
batiza Tadzio meu súbito Eden subterrâneo
agressor insensato canta tua cantiga de amigo e desafio
eu fui tua Joana D 'Arc no centro do moinho
e a rua serenou no bar de fim de noite em resto de sábado
longe a Sala de Reboco e beijo do carteiro de Estocolmo
que não conseguiu descer de repente em direção ao rio silencioso
nós todos de pé abraçados com saudade da taça do Graal
a casa veio com a manhã e um amuleto feito dos sonhos de sete druidas
só para lembrar que ao lado do bar Garagem havia uma ponte de Van Gogh